sábado, 29 de dezembro de 2007

"Bush" Apoia cruzada contra terroristas.








Menos de um ano depois da criminosa ocupação do Iraque, assessores da Casa Branca confessariam toda a trama. Em janeiro de 2004, o próprio Powell revelaria numa entrevista coletiva que não possuía “provas concretas” sobres as ligações do Iraque com a rede Al-Qaeda. Já o secretário de Defesa Donald Rumsfeld, ao ser interrogado no Congresso dos EUA após a difusão do relatório Kay, afirmou candidamente: “Na verdade, não sabemos se havia de fato qualquer arma de destruição”. Pouco antes do início da agressão, ele havia garantido à imprensa que “nós sabemos onde estão escondidas as armas proibidas de Saddam Hussein”. A desmoralização foi tanta que o falcão Rumsfeld teve que ser defenestrado do governo Bush.A confissão do crime desgastou ainda mais a imagem da mídia hegemônica dos EUA, que veiculou sem qualquer neutralidade ou espírito crítico as mentiras de Bush. Segundo o comunicólogo Ben Bagdikian, “cinco ou seis corporações controlam atualmente tudo o que os estadunidenses lêem, vêem e ouvem”. Todas elas se somaram à onda conservadora, de cunho patriótico-religioso, para justificar a agressão ao Iraque. Dois destes impérios midiáticos – a News Corp, do australiano naturalizado Rupert Murdoch, e as publicações da seita Moon, do reverendo sul-coreano Sun Myung – têm notórias relações com o Partido Republicano e fizeram campanha descarada pela agressão. Apenas o jornal New York Times, temendo a perda leitores, publicou editorial, em maio de 2004, com a singela autocrítica da abjeta manipulação.Um mentiroso profissionalEsta mesma mídia venal ajudou a cultivar a imagem pública do presidente-terrorista George W. Bush, em particular após os atentados de 11 de setembro. Ela sempre procurou esconder a trajetória sinuosa e nada transparente do atual ocupante da Casa Branca. Para manter entorpecido o povo estadunidense, não deu destaque às antigas alianças da família Bush com Saddam Hussein e mesmo com Osama bin Laden – o primeiro recebeu milhões de dólares na sua guerra contra os aiatolás que lideraram a revolução no Irã; já o segundo foi assessorado diretamente pela CIA, com dinheiro, treinamento e armas sofisticadas, como o míssil Stinger, na sua aparelhada guerrilha contra o regime pró-soviético do Afeganistão.George W. Bush, um mentiroso profissional, sempre ocultou as suas obscuras relações com a família Bin Laden.

Seu primeiro negócio no ramo do petróleo, como dono da empresa Arbusto Energy, deu-se através de empréstimos do banco BCCI, de James Bath, que também era representante no Texas do xeque Salem bin Laden – proprietário, junto com seu famoso irmão Osama, da maior construtora do Oriente Médio – a Bin Ladem Brothers. Quando a Arbusto entrou em concordata, em 1981, o poderoso grupo saudita ajudou novamente a tirar do sufoco o atual presidente dos EUA. Isto talvez explique porque Bush fez questão de censurar as 28 páginas do relatório sobre os atentados de 11 de setembro que se referiam aos sauditas.Na sua trajetória de “filhinho de papai”, Bush cometeu várias irregularidades, que infelizmente são pouco conhecidas devido à blindagem da mídia. Como estudante, foi um aluno “beberrão e arruaceiro”, segundo a explosiva biografia escrita por James Hatflied, que foi sabotada pela própria editora. O autor revela que Bush foi preso por dirigir embriagado e também por porte de cocaína – neste crime sua ficha foi removida dos registros policiais por interferência direta do pai, então presidente dos EUA. Já como empresário do ramo de petróleo, ele foi um desastre, levando a falência três empresas – Arbusto, Spectrum e Harken –, todas envolvidas em falcatruas, como remessa ilegal de divisas e sonegação de impostos.




Bush acha que Deus fala com ele... Ele se julga em missão divina... Reiterou que sua missão é ditada do alto, a pretexto de que ‘a liberdade é uma dádiva do todo-poderoso’... Essencialmente, o que ele disse foi ter sido ‘convocado’ para esse papel... George W. Bush foi colocado na Casa Branca por Deus”.Bob Woodward, no livro Plan of attack, com base em declarações do próprio presidente-maníaco.O choque de civilizações foi escrito em 1993. O livro de cabeceira dos republicanos afirma que o mundo vive uma fase de transição e que a maior ameaça ao “ocidente” viria da chamada “conexão islâmica-confuciana”, incluindo os países árabes e a perigosa China. Diante deste cenário apocalíptico, Huntington sugere que o “mundo ocidental” deve usar meios militares para desestabilizar as “civilizações hostis” e preservar a sua hegemonia. “Um mundo sem o primado americano terá mais violência e desordem, menos democracia e crescimento, do que um mundo no qual os EUA continuem a ter mais influência do que qualquer outro país na formação dos negócios globais”. Os atentados de 11 de setembro seriam a prova cabal do acerto desta “teoria”.“Enviado de Deus na Terra”Por detrás desta “teoria insana” se escondem muitos tiranos maníacos. A mídia hegemônica, que costuma fazer grosseiras caricaturas do islamismo e de outros credos, não enfatiza que o próprio George W. Bush é um ativo partidário da intolerância e do fanatismo religioso. Ele jura que é um “enviado de Deus na terra” – ou, como escreveu um colunista do Washington Post, “é o próprio aiatolá da América”. Na sessão conjunta do Congresso de setembro de 2001, quando decretou sua “guerra infinita”, o atual presidente dos EUA esbravejou: “Ou você está conosco, ou está com os terroristas. De hoje em diante, qualquer nação que continuar a acolher ou apoiar o terrorismo será encarada pelos EUA como regime hostil”.Foi nesta ocasião que Bush pregou a “cruzada contra o terrorismo”, numa versão cristã da Jihad, a guerra santa dos mulçumanos. Poucos dias depois, o pastor Jerry Falwell, um de seus “conselheiros espirituais”, aproveitou o clima de histeria decorrente dos atentados de 11 de setembro para afirmar que “Maomé é terrorista”. Já o reverendo Pat Robertson disse que aquele ataque fora “um castigo de Deus por causa da legalização aborto e da ação das feministas e gays”. E a jornalista Ann Coulter, entusiasta da “guerra santa”, escreveu: “Devíamos invadir o país deles, matar os líderes deles e convertê-los ao cristianismo”.


Na eleição de 2000, George Bush teve apoio ativo dos pastores ultraconservadores, como Pat Robertson, Jerry Falwell e do midiático Billy Grahan. Os seus cabos eleitorais foram os fanáticos das organizações religiosas de extrema direita dos EUA, como a Maioria Moral e a Coalizão Cristã, secretariada por Ralph Reed. Este só não pôde participar mais ativamente da campanha eleitoral porque foi revelada sua atuação ilegal e criminosa de lobista da Microsoft e da corrupta Enron. Para colegas evangélicos, o pastor Reed jurava que “Deus escolheu Bush porque sabia de suas qualidades de líder vigoroso e resoluto”.A agressividade dos tele-evangelistas contra as “civilizações hostis”, as liberdades democráticas, o aborto e o homossexualismo acabou rendendo votos entre o eleitorado mais conservador e chauvinista dos EUA. Além disso, ela foi apimentada pelo falso moralismo destas seitas. Isto apesar de denúncias contra muitos pastores. Um deles, Jim Baker, dono de império de hotéis, escandalizou o país ao admitir que mantinha relações extra-conjugais e ao ser preso por desvio de dólares dos fiéis. Já Jimmy Swaggart, cuja pregação alcançava mais de 100 países, incluindo o Brasil, caiu em desgraça ao se descoberto em prostíbulos. Ele chorou, pediu desculpas e, pouco depois, voltou à ativa, tornando-se ativo apoiador de George W. Bush.Já Pat Robertson, criador da Coalizão Cristã, detém postos de comando no Partido Republicano e possui milionários negócios, como a exploração de minas de ouro na Libéria e uma influente rede de televisão – Cristian Broadcasting Network (CBN). Seu programa diário na TV é famoso pelas agressivas campanhas contra o aborto e o casamento gay, pela obrigatoriedade do ensino religioso nas escolas e pela defesa dos “valores da família”. No ano passado, causou celeuma no país ao pregar o assassinato do presidente Fidel Castro. A Coalizão diz possuir um milhão de adeptos e se vangloria de ter já elegido vários deputados, senadores e governadores. Ela tem um luxuosa sede em

Washington que serve para sua ação lobista.



A família Bush sempre manteve relações estreitas com a direção do BCCI. Richard Helmns, ex-diretor da CIA e embaixador no Irã no tempo do ditador Reza Pahlevi, foi quem apresentou o principal operador do banco nos EUA, Mohammed Rahim Irvani, ao presidente Bush-pai. Antes disso, seu filho já havia virado amigo, durante seu “serviço militar” na Guarda Nacional do Texas, de outro pistolão do BCCI, James Bath. Em 1977, através deste contato, o banco financiou a primeira empresa de petróleo de baby-Bush, então com 31 anos, a Arbusto. Bath, que era representante no Texas da Bin Laden Brothers Construction, também foi o responsável pelo primeiro contato do atual presidente com a família de Osama bin Laden.Apoio dos executivos-ladrõesOutro antigo contato da dinastia Bush que beneficiou o atual presidente foi com o Grupo Carlyle, um dos principais fornecedores do Pentágono. Antes de ser governador do Texas, Bush-II integrou o conselho de direção de uma das subsidiárias deste grupo, a CaterAir. As indústrias deste grupo fabricam, entre outras coisas, o tanque Bradley e as peças do helicóptero Apache. A guerra declarada por George Bush “contra o terrorismo” utiliza as armas fabricadas pelas empresas do Grupo Carlyle. Outra ironia da história é que a família Bin Laden também é uma poderosa acionista desta corporação transnacional.Estas intrincadas relações com o “complexo industrial-militar” é que levaram George W. Bush ao poder. Em maio de 2004, quando vários escândalos colocaram no banco de réus os executivos-chefes de várias empresas, a revista Time revelou que sua reeleição teve o apoio financeiro de 261 destes criminosos; 31 contribuíram para seu adversário democrata, John Kerry. Entre as corporações que entraram em colapso por fraudes contábeis estava a Enron, a sétima maior multinacional do mundo na lista da revista Fortune, e a Arthur Andersen. Ambas foram as principais financiadoras de Bush. Ken Lay, o corrupto presidente da Enron, acompanhou-o desde o início da carreira política, ajudando-a a se eleger governador do Texas.A maior parte da equipe do atual presidente também presta serviços ao “complexo militar-industrial”. O vice-presidente Dick Cheney presidiu a Halliburton Industries, a empresa de petróleo maior beneficiária da ocupação do Iraque; sua esposa, Lynne Cheney, participa do conselho de direção do maior fabricante de armas dos EUA, a gigante Lockheed; o procurador-geral John Ashcroft foi advogado da Monsanto e da AT&T; o ex-secretário de defesa Donald Rumsfeld pertenceu à direção da General Instrument, Sears e Kellogg’s; já o secretário de saúde Tommy Thompson foi, ironicamente, acionista da empresa de fumo Philip Morris; e a atual secretária de Estado, Condoleezza Rice, foi do conselho da Chevron – um dos maiores petroleiros desta empresa foi batizado com o seu nome pelos relevantes serviços prestados.Máfia dos gusanos cubanosComo se nota, a dinastia Bush mantém ótimas amizades. Os três irmãos do atual presidente também estão envolvidos em negócios ilícitos. Jeb Bush, governador do Flórida, mantém estreitas relações com a máfia dos exilados cubanos, os gusanos (vermes). Tão logo chegou a Miami, nos anos 80, ele virou sócio do “empresário” Armando Codina – processado por vários casos de corrupção. Depois, passou a freqüentar os luxuosos jantares e a voar no jatinho particular de Alberto Duque – que também foi condenado a 15 anos de prisão por fraudes, mas conseguiu “fugir” da cadeia. O outro vigarista com quem manteve relação foi Hiram Martinez, que também teve prisão domiciliar decretada por especular no ramo imobiliário.Já Camilo Padreda, ex-oficial da contra-espionagem do ditador Fulgêncio Batista, outro amigo intimo de Jeb, foi indiciado por contrabando de drogas, lavagem de dinheiro e tráfico de armas. Miguel Recarrey, indicado por Jeb para integrar o gabinete do governador do Estado, ficou famoso por desviar verbas do programa Medicare – de assistência médica aos idosos. A sede da sua empresa, a International Medical Center, foi o quartel-general dos contra-revolucionários nicaragüenses. Na sua mansão em Miami, este “exilado” mantinha um arsenal de rifles e metralhadoras. Já seu irmão, Jorge Recarrey, que se gabava de ter prestado “serviços” à CIA, indicou seu amigo Jeb Bush como “consultor para acordos imobiliários”.Já os outros dois irmãos, Marvin e Neil, preferiram não ingressar na política. Mesmo assim, estiveram metidos em vários escândalos. Neil Bush foi diretor da Silverado Banking, empresa acusada de falência fraudulenta e desvio de US$ 1,3 bilhão dos cofres públicos. Ele gostava de viajar a Argentina para jogar tênis com seu amigo Carlos Menem, que na época já era acusado de vários casos de corrupção. Já Marvin Bush, irmão mais novo do atual presidente, integrou o conselho de direção da Fresh Del Monte, empresa acusada de subornar políticos do México e manter dinheiro sujo no paraíso fiscal das ilhas Cayman.Estas e outras denúncias chegaram a causar desconforto na Casa Branca quando o pai era presidente. Este ainda tentou justificar os “negócios e as amizades” dos seus filhos. “Os meninos têm o direito de ganhar a vida”. Já um agente do serviço secreto encarregado da segurança da família presidencial foi mais direto: “Olhe, a gente avisa os garotos. Mas é só o que podemos fazer. Não temos como impedi-los de se ligarem a estas pessoas. Além de avisar, a única coisa que podemos fazer é submeter essa gente ao detector de metais quando aparece por aqui [na Casa Branca]”. Mas, infelizmente, o detector de metais não impediu que um de seus filhos, George W. Bush, chegasse a presidência dos EUA.







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